quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Entrevista: Quem não se reinventar está fora do jogo!

O profissional que não se reinventar está fora do jogo no mundo corporativo. Competências como autoliderança e empreendedorismo serão cada vez mais valorizadas nas empresas. Estes são alguns dos temas abordados por Alexandre Prates, autor do livro “A Reinvenção do Profissional – Tendências Comportamentais do Profissional do Futuro” em sua entrevista.

Coach, especialista em desenvolvimento humano e desempenho organizacional, Prates entrevistou 50 líderes de grandes empresas para traçar um perfil das características ideais dos profissionais. Ele falou com o Diário sobre o panorama atual do mercado:

DR - Nestas entrevistas com 50 líderes, o que chamou mais sua atenção? Mesmo tendo entrevistado líderes com perfis diferentes e de regiões distintas, há um traço comum entre eles?

Alexandre Prates - Todos, sem exceção, apesar de terem chegado a um patamar profissional interessante, jamais pararam de se reinventar. Desafiam-se constantemente e querem sempre um algo a mais. Além disso, um fator é invejável em todos eles – um propósito claro, algo que vai além do dinheiro, que motiva e mantem o foco para o futuro. No que tange a opinião sobre o mundo corporativo do futuro, são unânimes em afirmar que o investimento no ser humano é fator primário para o sucesso de qualquer organização.

DR - Você afirma que o profissional tende a ser cada vez mais livre e empreendedor. Como ser assim e ao mesmo tempo ainda ter de trabalhar em organizações com formatos de trabalho mais conservadores. Existe hoje um "choque" entre os novos profissionais e as empresas, principalmente as de pequeno e médio porte no interior?

Alexandre Prates - O conflito existe, principalmente, nas grandes organizações, por incrível que pareça. Os processos rígidos e a hierarquia engessada desmotiva uma geração que deseja liberdade de atuação e participação. As empresas precisam se reinventar e quebrar os padrões hierárquicos que inibem uma participação ativa e engajada. As pequenas e médias empresas, devido a sua estrutura enxuta, conseguem oferecer uma participação mais efetiva e colaborativa, pois a facilidade de administrar os processos e decisões permite aos profissionais envolverem-se em diversas áreas e setores da organização, podendo, inclusive, serem ouvidos no processo de decisão. Respondendo objetivamente a pergunta, sim, existe um grande choque, pois a liderança e como consequência, as organizações não evoluíram na velocidade que o mundo corporativo e que as novas gerações tem exigido.

DR - Empreender é uma competência, conforme você afirma. Tem uns que nascem com maior propensão, enquanto outros não a tem. Que dicas práticas você dá para quem quer desenvolver esta competência mesmo sem ter muito apoio da empresa ou sem ter recursos para investir em cursos? Há alternativas?

Alexandre Prates - Atualmente não existe mais essa história de não ter recursos para investir em cursos. Temos inúmeras ofertas de cursos com valores acessíveis e até mesmo sem custo, é uma questão de buscar as oportunidades. Precisamos também compreender que um empreendedor é dotado de algumas características que o diferenciam. Dentre elas, destaco a visão de mercado, a capacidade de entregar resultados e principalmente, a iniciativa e determinação, elementos que se aprende na prática, no dia a dia. As pessoas precisam ler mais e com mais qualidade, conhecer pessoas novas, assistir palestras, cursos, treinamentos, debater, discutir... tudo isso contribui para a formação de uma visão mais empreendedora. Além disso, é preciso praticar o empreendedorismo, decidir o que deseja fazer da vida e se engajar, se comprometer com isso. As pessoas estão desistindo muito fácil das coisas e infelizmente, não existe curso para isso, é uma decisão pessoal. É uma questão de atitude!

DR - Hoje as empresas têm em seus quadros profissionais que estão atuando há 20, 25 anos e também têm novos profissionais que acabaram de se formar, geralmente bem mais antenados à tecnologia. Em alguns casos há conflitos em função de culturas e bagagens diferentes. Como lidar com estas transformações?

Alexandre Prates - O conflito não está na diferença de gerações, o conflito está na liderança. Nos últimos 5 anos convivi de perto com esse tão aclamado discurso sobre o conflito de gerações no mercado de trabalho. Confesso que durante algum tempo me convenci que esse fenômeno realmente existia e me dediquei a trabalhar esse conflito nas organizações. Mas, a experiência e as inúmeras conversas com os profissionais das mais diferentes gerações me ajudaram a clarificar a percepção e concluo sem qualquer receio: o conflito está na liderança. Explico.

Um conflito ocorre quando temos opiniões divergentes, defendemos causas opostas ou queremos coisas diferentes. Certos disso, analisem um cenário comigo:

A famosa Geração Y foi amplamente estudada e alguns conceitos se apresentaram sobre o perfil desses jovens. Chegou-se a conclusão que tal geração deseja trabalhar em uma empresa que lhes proporcione reconhecimento, oportunidade de crescimento, metas claras e desafiadoras. Além disso, querem sentir-se parte e a partir do seu trabalho conquistar um padrão de vida superior. Também fica claro que é uma geração que não aceita trabalhar insubordinado para qualquer um, não aceita a maioria das regras, procedimentos e planos de carreiras fantasiosos que as empresas praticam e não pretendem ficar anos na mesma empresa só para um dia, talvez, subir de cargo. Face a isso, reflita comigo: a geração X quer alguma coisa diferente disso? É claro que não! Todos, independente da geração, queremos uma empresa que nos valorize, que nos dê oportunidade de aprender, crescer e contribuir e que, acima de tudo, reconheça a minha atuação e resultados conquistados.

Portanto, a empresa que possuir um ambiente saudável, que valorize o ser humano, de fato, não terá conflitos, pois cada um terá espaço para desempenhar o seu melhor.

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