quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O que a geração Y tem a nos ensinar sobre gestão?

Permita-me quebrar alguns tabus sobre um tema cada vez mais em evidência no mundo corporativo: a tão temida e questionada GERAÇÃO Y. No meu trabalho como desenvolvedor de líderes, perdi a conta de quantas vezes ouvi lamentações de gestores sobre as dificuldades enfrentadas com os jovens profissionais. Descaso, pressa, imaturidade e falta de visão de carreira encabeçam a lista das inúmeras características negativas apontadas pelas organizações.

Primeiramente, vou deixar uma coisa bem clara: independente da idade, sexo, geração ou profissão, sempre teremos pessoas que são brilhantes, outras esforçadas e uma grande parte, infelizmente, medíocres. E com a geração Y não é diferente!

No entanto, quero apresentar outro lado da história. A geração Y tem ocasionado uma grande revolução no modelo de gestão e liderança das empresas. E isso, naturalmente, tem incomodado gestores mais conservadores e por que não dizer, antiquados. 

Conversando com o diretor de uma organização respeitada, o mesmo reclamava da nova geração, enquanto alimentava as suas planilhas financeiras e analisava os seus relatórios, tão importantes em sua rotina. Após alguns minutos de lamentação, perguntei a ele: “quantas horas por dia você dedica para conversar com as pessoas?”. Ele respondeu: “Conversar? Como assim? Eu converso o tempo todo, delego atividades, faço solicitações, cobro resultados...”. Então continuei: “Deixe-me ser mais claro na minha pergunta: você estava dizendo que o “fulano” não é comprometido com a empresa e que isso lhe preocupa. Pois bem, quantas vezes você já conversou com ele sobre o seu futuro na empresa? Quantas vezes você o chamou para conversar sobre os projetos e lhe pediu alguma opinião? Quantas vezes você demonstrou gratidão e reconheceu o seu esforço? Quantas vezes você interessou-se pelo desenvolvimento de sua carreira?”. E enfatizei: “é isso que eu chamo de conversar!”. Ele ficou calado por alguns instantes e me indagou: “Então quer dizer que a culpa é minha?”. E como um bom coach, preferi responder com outra pergunta: “você acredita que fez tudo o que poderia ter feito para fazê-lo se comprometer com a empresa?”. E novamente ele ficou calado por alguns instantes, com aquele olhar de quem não queria ter ouvido tal pergunta e respondeu: “obviamente, não!”.

E posso garantir, amigos, seu eu fizer (e faço constantemente) essas perguntas para diversos líderes, a resposta será a mesma. 

A nova geração é diferente, pensa diferente, age diferente e quer coisas diferentes, isso é fato! Portanto, chega de lamentação! Antes de terceirizar a responsabilidade e julgar o seu time, tenha a certeza de estar fazendo a coisa certa:

1. Evolua rápido e sempre: pense diferente, aja diferente, seja diferente, não fique isolado no seu mundo. Abra a sua cabeça para as novidades. Você não precisa gostar de tudo, mas tem que estar atento ao que existe.

2. Fale a mesma língua para estabelecer sintonia com as pessoas. Entenda como pensam, agem, comunicam-se e utilize isso a seu favor.

3. Importe-se com as pessoas. Seja um impulsionador de carreiras, desenvolva o seu time, ajude-os a evoluir e amadurecer. Você somente conseguirá isso se, de fato, estiver disposto a conversar muito e na hora certa.

4. Participe o seu time das decisões. Jamais confunda falta de experiência com falta de inteligência. Muitas vezes uma cabeça mais “fresca” pode produzir ideias sensacionais. 

5. Desafie as pessoas continuamente. O dinamismo é a palavra-chave dessa nova geração, portanto, jamais deixe as pessoas se acomodarem, desafie-os sempre. Mas lembre-se, um desafio só vale a pena se trouxer alguma recompensa.

6. Por fim, aceite que o mundo mudou, as empresas mudaram e as pessoas também, logo, a nostalgia dos velhos tempos não o ajudará em nada. Viva o presente!

Por fim, depois de uma conversa franca e esclarecedora como a que tivemos agora, quero deixar aqui uma pergunta que faço repetidamente aos líderes: “o que você pode fazer hoje para engajar verdadeiramente as pessoas?”.

A resposta, meu amigo, é somente sua e a decisão de entrar em ação e transformar o seu time, também!

Um forte abraço,

Alexandre Prates

Um comentário:

  1. Alexandre, muito bom o texto.
    Não muro de lamentações suficiente para tantos que estão vendo a banda passar de longe, da janela de ambiente refrigerado. Então, não há como acompanhar os novos entrantes que estão ocupando espaços. Assim a defasagem é certa e aumentará a cada dia, até se extinguir a necessidade de sua presença, confirmando-se a profecia catastrófica da dispensa do velho pelo novo. Não pela competência do inexperiente. Ao contrário, é a falta de flexibilidade do velho em fazer parte da modernidade. É como se diz: todo problema traz embutida a solução. E os pontos abordados aqui, se seguidos ao pé da letra, criam um ambiente de trabalho em que o potencial de todos tem seu espaço garantido.
    Vou acompanhar de perto seu trabalho.
    Abraço, Edu
    tt:@edubuys skp e face:edubuys
    ps: o blog Aos empreendedores...está hibernado, ao contrário do Blog do Varejo varejototal.zip.net , que mantenho desde 2006.

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